Chanel cria Museu de Arte Contemporanea itinerante
No passado dia 10 de Junho, na abertura da 52ª Bienal de Veneza - a mais tradicional e importante mostra de arte do mundo - a casa Chanel revelou o seu novo projecto de Mecenato.
Karl Lagerfeld e Zaha Hadid, autora do projecto, apresentaram-no pessoalmente à imprensa.
A famosa arquitecta iraquiana, galardoada com o Prémio Pritzker 2004, desenhou para a Chanel um pavilhão de arte itinerante, denominado “Mobile Art”.
Trata-se de uma estrutura desmontável, uma cápsula curvilínea futurista, que acolherá, a partir de Janeiro de 2008, uma exposição de Arte Contemporânea, relacionada com o universo da marca Chanel e a sua mala acolchoada.
Sob o comissariado de Fabrice Bousteau, director de redacção da Beaux Arts Magazine, a mostra reunirá o trabalho de cerca de quinze artistas internacionais. Até 2010, as suas obras viajarão até Hong Kong, Tóquio, Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Moscovo e Paris. Em cada fase da exposição, o“Mobile Art” instalar-se-á num espaço prestigiado de cada uma das cidades, durante várias semanas.
“Adorei a rapidez com que este projecto foi executado”, explicou Karl Lagerfeld, para quem “a arquitectura e o design são as artes do século XXI”. A exposição será gratuita e aberta ao público em geral. “É necessário que a nossa marca utilize a sua notoriedade para dar a conhecer estes artistas ao grande público”, declarou Karl Lagerfeld. O designer especificou ainda que se trata de uma transposição dos valores da marca e não de “uma história de malas customizadas”.
Escultura, pintura, instalação, vídeo e performance: todos os meios serão representados.
A lista de artistas convidados ainda não foi revelada. Fabrice Bousteau revelou apenas que têm entre 24 e 74 anos, são especialmente conhecidos desde meados dos anos 90 e muitos estão presentes na Bienal de Veneza.
Zaha Hadid, por sua vez, confessou que desejava criar um museu itinerante desde que terminou os estudos. Uma vez construída, a estrutura do “Mobile Art” será inteiramente desmontável e poderá viajar por barco em 80 contentores. Depois de reunidos, os vários elementos formarão um pavilhão curvilíneo de 700 m2 (29x45 m), com pátio central, terraço e tecto envidraçado de 6 metros de altura.
Zaha Hadid nasceu em Bagdad em Outubro de 1950. Depois de se formar em Matemática na Universidade Americana de Beirute, licenciou-se em Arquitectura pela Architectural Association de Londres. No início da carreira, tornou-se membro do Office for Metropolitan Architecture (OMA) e trabalhou com o seu antigo professor, o arquitecto Rem Koolhaas.
Em 1979, estabeleceu-se em Londres, onde começou a desenvolver projectos próprios.
Grande parte da obra de Zaha Hadid é conceptual. Durante mais de duas décadas, a arquitecta não conseguiu viabilizar os seus projectos: famosa internacionalmente pelos concursos vencidos, não tinha, contudo, obras construídas. No entanto, nos últimos anos a iraquiana inundou o mundo com os seus trabalhos. O Centro de Arte Contemporânea Rosenthal (1998), nos Estados Unidos; a estação Hoenheim-North (2001), em Estrasburgo - França, e a rampa de esqui Bergisel (2002), na Áustria, são algumas das suas obras mais notáveis.
Em 2004, Zaha Hadid tornou-se a primeira mulher a receber o Prémio Pritzker de Arquitectura, pelo conjunto da sua obra. Anteriormente, foi também agraciada com a Ordem do Império Britânico.
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